O encontro da filha de Kumar Mangalam Birla, Ananya, com o mundo do microcrédito
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Sabarinath M e R Sriram
The Economic Times

Bombaim: A grande família Birla, composta pelos vários irmãos e pelos seus primos, com os seus impérios que se estendem por todo o mundo, é conhecida por algumas inovações cruciais na história do negócios indianos. Muito antes de a igualdade entre géneros e o papel das mulheres em posições de liderança se terem tornado num ponto de contenda favorito entre os consultores e comentadores na TV, mulheres, tais como Shobhana Bhartia, lideraram companhias essenciais do grupo Birla em diferentes setores, como os media e as matérias-primas.
Aditya Vikram Birla, pai de Kumar Mangalam Birla, construiu um império empresarial que se estendia por continentes muito antes de a globalização se ter tornado em uma virtude e as fronteiras do país serem consideradas demasiado pequenas para acomodar as ambições do aspirante a empreendedor indiano.
Ananya Birla, filha de Kumar Mangalam e Neerja Birla e neta de Aditya Vikram Birla, ainda não é um nome conhecido. Ainda não a vemos em conferências empresariais ou cerimónias de entrega de prémios, nem agracia ainda as capas de revista de negócios ou profere homílias sobre responsabilidade e governação responsável. Tem apenas 21 anos.
Nesta idade, a maioria dos descendentes das famílias empresariais está a completar a sua educação em universidades ocidentais e a preparar-se para se juntar ao pai no negócio de família. Mas o percurso profissional de Ananya tomou um rumo diferente e exemplifica um pouco do espírito indomável que imbuiu o seu avô quando procurava oportunidades para colocar as suas ideias em prática, há várias décadas. Durante alguns meses por ano, encontra-se em Oxford a estudar economia e gestão como aluna de licenciatura. No resto do tempo, trabalha num arranha-céus com vista para a famosa localidade de Bombaim, Dadar, de um lado, e o Mar das Arábias, no outro.
Esta é a sede da Svatantra, a empresa de microcrédito mais jovem da Índia, fundada pela família Kumar Mangalam Birla e chefiada por Ananya. Foi fundada há cerca de ano e meio e ostenta agora 18 sucursais em sete distritos em dois estados, com cerca de 100 colaboradores.
«Cheguei da escola um dia e disse à minha mãe que queria começar a minha companhia financeira,» - diz-nos, rindo. Em um tom mais sério, a ideia de fundar uma firma de microcrédito ocorreu-lhe durante o tumulto no Andhra Pradesh. As alegadas taxas de juros usuárias cobradas pelas firmas de microcrédito que emprestavam a clientes pobres despertou o seu interesse. Ananya, que fez algumas viagens ao AP para saber o que se estava a passar, conta uma anedota da sua experiência em Bombaim para sublinhar a importância do acesso dos pobres às finanças.
«Conheço o nariyal pani wallah, que vende água de coco aqui perto. Desde os meus 13 anos, parei sempre ali para comprar água de coco. Nunca vi o negócio dele crescer. Portanto, tive uma conversa casual com ele e perguntei-lhe porque permanecia igual. Com aquela idade, tinha observado o negócio do papai e visto como crescia tão depressa. Disse-me que lhe faltavam os fundos. E os bancos não estavam dispostos a emprestar-lhe dinheiro pois não tinha garantias físicas para lhes dar.»
A Svatantra, diz-nos Ananya, é uma startup completa. Foi fundada com dinheiro da família, mas o envolvimento da família parou por aí, com exceção de alguns conselhos e feedback ocasionais. «Tenho esta paixão por construir coisas, portanto sempre quis construir uma startup. Sempre quis fundar a minha própria companhia,» - diz Ananya. Isto obviamente não significa que não haverá um papel para ela no negócio do pai. Como Kumar Birla, que foi educado durante muito tempo antes de se tornar presidente do conselho de administração após o fim da AV Birla, Ananya também terá a sua vez, apesar de dizer que, por agora, não há nada no horizonte.
Não teria sido mais fácil para ela ir ter com o seu pai e pedir-lhe que a deixasse trabalhar em uma das suas companhias para assegurar a experiência empresarial necessária? «Queria provar a mim mesma que consigo fazer algo sozinha. Não pelo mundo, mas por mim. Ter essa autoconfiança. Sabia que ia ser uma experiência recompensadora e, daqui a 10 anos, irei olhar para trás e ficar muito orgulhosa de mim própria, sabendo que comecei do nada, que optei pelo caminho mais duro e que progredi imenso nesses 10 anos.
«Sinto-me muito grata e afortunada pelas oportunidades que poderei ter no futuro, mas por enquanto ainda não pensei bem sobre isso. Quero completar a minha educação, aprender mais sobre a vida, construir a minha personalidade e continuar a expandir a Svatantra,» - acrescenta. O seu pai e a família ajudaram, mas não através de decisões ou intervenções diretas.
«O meu pai nunca influenciou a estratégia de modo algum. Temos discussões relacionadas com o trabalho. Falo com ele e digo-lhe: Papai, isto é o que se passa. Mantenho-o ao corrente.» O microcrédito pode ser um negócio complicado devido aos desafios regulamentares e a vulnerabilidade em relação à interferência política. Diz-nos que a Svatantra teve o cuidado de assegurar que os incidentes que colocaram a indústria em maus lençóis não voltam a acontecer.
Por exemplo, a Svatantra faz desembolsos sem ser em dinheiro aos clientes através das suas contas bancárias. Os agentes e pessoal de campo não transportam dinheiro com eles. Grupos de empréstimos conjuntos nas aldeias asseguram que toda a gente é a garantia de todos. Diz-nos que a firma ainda não tem NPAs, mas que isso mudará à medida que se expande e se torna maior. «Comecei do nada, construí uma equipa, construí os processos, fiz a minha pesquisa.»
A paixão por começar algo novo não se restringe a Ananya, apesar de ela ser uma das poucas filhas de famílias empresariais a estudar e gerenciar um negócio ao mesmo tempo. Kavin Mittal, filho de Sunil Bharti Mittal, foi outro que lançou uma startup e criou algo novo.
Outros, como Rishad Premji e Rohan Murty, juntaram-se ao negócio da família do pai ou começaram a trabalhar em uma nova iniciativa começada pela família. Peritos em negócios como Kavil Ramachandran da Indian School of Business (ISB) acreditam que se trata de uma excelente estratégia para preparar Ananya como herdeira responsável da riqueza empresarial da família.
«Está a aprender e a provar do que é feita como empreendedora, aplicando-se o mesmo ao microcrédito. É adquirindo um conhecimento profundo das realidades da vida que uma pessoa se torna um grande líder, quer nos negócios quer na vida, não por começar a carreira no conselho de administração. Por conseguinte, ela será capaz de impor grande respeito quando se sentar no conselho de administração do grupo, mais tarde.»
Essa data poderá não estar muito longínqua, considerando que a preparação de Kumar Mangalam Birla também começou cedo. Mas enquanto o pai aprendeu o negócio nas empresas do grupo, a filha traçou o seu caminho a sós para construir algo enquanto jovem. Se for bem-sucedida, poderá impor respeito entre os colegas mais velhos do vasto grupo Aditya Birla, não como uma herdeira passiva, mas como um empreendedora que criou algo de valor enquanto jovem em um negócio difícil.
Sr. Sandeep Gurumurthi
Chefe de Grupo, Comunicação e Marca
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